Praça Coronel Horácio |
Curuçá é um município que se notabiliza pela comercialização de peixes e mariscos, tornando-se um tradicional e importante centro pesqueiro do Nordeste paraense. O núcleo urbano tem sua orla voltada para o rio Curuçá, criando um espaço geográfico típico das localidades ribeirinhas da Amazônia, enriquecido por porções litorâneas ocupadas por manguezais.
FONTE: Carlos Castro |
Conhecida nacionalmente por causa do bloco carnavalesco “Pretinhos do Mangue”, Curuçá também reivindica o título de cidade do folclore. Mas o município tem muito mais a oferecer. Belas paisagens e uma vida pacata são atrativos para os visitantes. Distante 130 quilômetros de Belém, o município tem cinqüenta e três localidades e seu povo vive basicamente de agricultura e pesca.
Na “frente” da cidade está localizada a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, de onde sai todos os anos a procissão em homenagem à santa. O outro santo que merece a devoção dos curuçaenses é São Benedito, também homenageado com uma procissão. As igrejas evangélicas conquistam espaço entre os moradores.
A Praça Coronel Horácio é palco de todas as grandes manifestações populares e também é rodeada por prédios históricos, pela única agência bancária e pela casa lotérica que atende ao município. Um dos prédios mais antigos abriga a Secretaria de Educação e foi construído na década de 30, época em que Magalhães Barata foi interventor de Getúlio Vargas no Pará. Outro prédio antigo foi fundado em 1902. É a residência da família Campos, ainda ocupada pelos descendentes dos fundadores.
Reserva Extrativista Marinha Mãe Grande
Na entrada da cidade fica a reserva extrativista conhecida como “Mãe Grande”. De acordo com secretária de Cultura do município, Tiziane Matos, os moradores têm o costume de “descer a Mãe Grande” nos momentos em que a maré está seca. “Ela é chamada dessa maneira porque é de onde eles tiram o sustento das famílias. É uma maneira de agradecer”. A reserva é o mangue, de onde os brincantes do bloco carnavalesco do “bloco dos Pretinhos do Mangue” saem, completamente enlameados, razão pela qual receberam essa denominação.
Na entrada da cidade fica a reserva extrativista conhecida como “Mãe Grande”. De acordo com secretária de Cultura do município, Tiziane Matos, os moradores têm o costume de “descer a Mãe Grande” nos momentos em que a maré está seca. “Ela é chamada dessa maneira porque é de onde eles tiram o sustento das famílias. É uma maneira de agradecer”. A reserva é o mangue, de onde os brincantes do bloco carnavalesco do “bloco dos Pretinhos do Mangue” saem, completamente enlameados, razão pela qual receberam essa denominação.
A água fria e escura é a principal característica de um dos encantos naturais da cidade, conhecido como “igarapé da Coca-cola”. Devido à proximidade da sede de Curuçá, nos finais de semana do mês de julho o igarapé é invadido por banhistas, mas nos outros meses ouvimos só os cantos de pássaros e o vento nas árvores.
Uma fábrica de gelo e a exportação de produtos como a “aba do tubarão e a grude da pescada” impulsionam a economia da localidade São João de Abade, tida como a mais desenvolvida da cidade. Os produtos são utilizados na indústria farmacêutica e cosmética, além de serem considerados afrodisíacos por asiáticos. Os principais países compradores são Japão e Estados Unidos.
A exportação tem atraído pescadores em busca de trabalho para a localidade que fica a quatro quilômetros de distância do centro de Curuçá
Porto do Espadarte é promessa e ameaça
Comissão especial da Assembleia Legislativa acompanha o polêmico projeto de construção do Terminal Off-Shore do Espadarte, na Ponta da Romana, Ilha dos Guarás, município de Curuçá, a 140 quilômetros de Belém.
O projeto está sob a responsabilidade da Companhia Docas do Pará (CDP), que o defende como alternativa para a exportação da produção de grãos e minérios. A CDP alega que há estudos atestando a viabilidade econômica do projeto, com vantagens comparativas em relação ao porto de Ponta Madeira, no Maranhão. Segundo a CDP, com o novo terminalas exportações paraenses subirão de 16 milhões para 80 milhões de toneladas, ao ano.
Orçado em R$ 600 milhões, o projeto precisa de parceiros. Um dos interlocutores tem sido a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), mas Ademir Andrade garante que . Há interesse de investidores chineses e americanos.
Segundo ele, os três portos do Maranhão movimentam, hoje, 80 milhões de toneladas, quatro vezes mais do que o Pará, mas, ainda segundo Ademir, 95% da carga movimentada nos portos do Maranhão saem do Pará em direção ao porto de Ponta da Madeira.
Curuçá tem localização geográfica privilegiada, próxima dos grandes centros produtores, inclusive dos mercados internacionais. Mato Grosso, Pará, Goiás, Tocantins produzem 28 milhões de toneladas de grãos, exportadas pelos portos do Sul do país, percorrendo trajeto superior a três mil quilômetros de caminhão até Paranaguá, Santos, Rio de Janeiro e Vitória.
Ressalvas
Na apresentação do projeto à Assembleia Legislativa, no mês passado, Ademir informou que a CDP pleiteará um financiamento de US$ 400 mil junto a uma entidade americana que financia projetos a fundo perdido para os relatórios de impacto ambiental e o projeto executivo.
Há preocupação, contudo, com o fluxo migratório desenfreado, o não aproveitamento da mão-de-obra local e os impactos ambientais decorrentes da instalação de um porto em uma área de preservação ambiental. Há também ressalvas quanto aos impactos sociais gerados pelo empreendimento. A garantia de que os empregos serão gerados dentro do município, com o aproveitamento da mão-de-obra da região é a principal exigência dos que fazem ressalvas ao projeto.
O vento que sopra saúde
Praça do Abade-Pa, Por Pedro Paulo Lisboa de Sousa |
Um outro orgulho de Curuçá é o seu artesanato. Quem passa pela localidade do Caju, a caminho da cidade de Marapanim, não pode deixar de notar as peças de Elias Correa, 36 anos. O artesão é auto-didata e é o autor das garças que decoram o “Mangal das Garças” em Belém. Há dez anos ele começou a aproveitar galhos e tronco de árvores, cipós, raízes e outros materiais disponíveis na natureza para transformá-los em garças, tucanos, cobras, araras de vários tamanhos.
Mesmo depois de tanto tempo, ele ainda demonstra apego a suas peças. “Gostei tanto desse tucano, que não queria vender”. Ele diz que as maior motivação para o trabalho é que as pessoas gostam. “Eu faço uma peça e deixo aqui no pátio. As pessoas passam no carro, vêem, acham bonito e encomendam. Isso vai me incentivando a fazer cada vez mais”, relata. Correa já vendeu peças para hotéis do estado de São Paulo e exportou para os Estados Unidos.
Fonte: http://viajandopelopara.blogspot.com/2009/11/curuca.html |
Os visitantes mais aventureiros ainda podem conferir a beleza da praia da Romana. Quase desconhecida e muito distante do centro do município. Em meses de grande movimento como julho, barcos cobram R$ 3,00 para levar os visitantes à ilha. Em outras épocas é preciso alugar um barco, que sai em média R$ 120,00.
Serviço
Para os visitantes, há um hotel e duas pousadas no município. As diárias variam entre R$ 40,00 e R$ 60,00. O aluguel da casa pode até sair mais em conta para os que vão passar o mês no município. O preço dos aluguéis variam entre R$ 150,00 e R$ 300,00 por mês.
As refeições custam em média R$ 10,00, mas o popular prato feito pode ser encontrado pela metade do preço. O principal meio de transporte é o moto-táxi, que custa em média R$ 1,00. O mesmo preço é cobrado em passagens de ônibus. Os táxis também são uma das alternativas, pois muitos cobram R$ 1,00 por passageiro.
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Fontes:
Texto extraído do site http://www.amazonia.org.br/noticias/print.cfm?id=189667 com o título "A Mãe Grande chamada Curuçá" e editado pelo GEPPAM para esta postagem.
Blog Curuçá-Pará ( http://curucapa.blogspot.com/.)