terça-feira, 27 de agosto de 2013

Trabalho de Campo no Parque Estadual de Campos do Jordão, Estado de São Paulo


Hoje pegamos a Marginal Pinheiros, subimos até a Marginal Tietê e em seguida chegamos na Rodovia Presidente Dutra. Nosso destino: o município de Campos do Jordão. Embora o resfriado tivesse me apanhado de jeito naquela brusca mudança de clima em Sampa, havia uma missão a ser cumprida. Um trabalho de campo sob a coordenação da Prof.ª Dr.ª Márcia Pimentel, da Faculdade de Geografia da UFPA, pela missão PROCAD/Casadinho.
O município de Campos do Jordão fica há 167 km da capital São Paulo numa altitude de aproximadamente 1628 m acima do nível do mar, mais especificamente na Serra da Mantiqueira, no médio Vale do Paraíba. É considerado o município brasileiro mais alto. Observação esta que nossos ouvidos rapidamente interpretaram ao entupirem na subida. Mas antes de chegarmos ao nosso destino, outras cidades do estado de São Paulo foram passando diante de nossas janelas. Assim, sem percebermos que saíamos de São Paulo, já estávamos dentro da cidade de Guarulhos.
A paisagem vai se modificando ao avançarmos a Dutra. Já não vemos tantos edifícios e as ocupações espontâneas de casas de até dois andares são observadas deitadas sobre os morros. Fábricas aqui e ali. Postos de gasolina e churrascarias. Pedágios que pareciam nunca terminar justificavam a qualidade da rodovia. Assim passaram as placas indicando as cidades de Arujá, Chácara Reunidas, São José dos Campos, Caçapava entre outras.
Fazendo a manobra em um trevo, deixamos a Dutra e seguimos para principal via de acesso a Campos do Jordão, a Rodovia Floriano Rodrigues Pinheiro.
À medida que subíamos, víamos cidades próximas como se estivéssemos as vendo da janela de um avião numa decolagem. Não demorou para ficarmos acima das nuvens. E quando tentávamos olhar para baixo víamos apenas nuvens grandes e densas que se estendiam até as encostas das cadeias montanhosas. Era como se estivéssemos voando para além de toda aquela realidade de concreto, ferro, trânsito, asfalto, metros que Sampa nos apresenta diariamente.
Logo na entrada da cidade um pórtico de madeira com o nome “Campos do Jordão” inscrito. Enfim estávamos ali.

A vegetação de Campos do Jordão é caracterizada por vegetação de mata e vegetação campestre. Sobressaí a Floresta Ombrófila Mista, também conhecida como mata-de-araucária, que é a vegetação que mais se destaca na Serra da Mantiqueira. Sendo essa vegetação bastante notável em Campos do Jordão, a árvore araucária é o símbolo da cidade. Embora muito presente na paisagem da cidade, a araucária é uma espécie exótica, introduzida pelo homem, que se adaptou ao clima da Serra Mantiqueira. Diferente da Mata Atlântica que pode ser considerada nativa.

E isso, foi bastante observado no trajeto feito pelo centro da cidade até o Parque Estadual de Campos do Jordão, também conhecido como Horto Florestal. A professora Márcia escolheu a Trilha da Cachoeira, e seguimos por ela numa caminhada de 4.7 km observando e aprendendo mais sobre a vegetação local. Em seguida foi feito um pic-nic numa área reservada para isso no Parque e comemos uma deliciosa torta feita pela professora.
Depois saímos para passear pela área urbana da cidade. O estilo arquitetônico das casas de Campos do Jordão lembra bastante o estilo das casas da Suíça. Não é à toa que a cidade também é chamada de “Suíça brasileira”. Andamos por ali por cerca de uma hora observando o espaço. Sabíamos de antemão que aquele espaço era consumido e pensado para os turistas. O fluxo de pessoas e automóveis era intenso e, diferente do que Kamila e eu havíamos imaginado, não estava nem um pouco frio ali. Um sol de 30 graus fazia meu rosto arder fazendo-me forçar mais e mais o boné na cabeça.
Dali, voltamos para o carro da professora e depois de alguns minutos estávamos na Rodovia Floriano Rodrigues Pinheiro. 
No entanto, havia mais uma atração antes de chegarmos a Sampa. Um mirante, conhecido como Visão da Chinesa, que nos permitia observar todo o vale do Lageado numa visão de tirar o ar. O vale seguia até encontrar no horizonte as cadeias montanhosas. O que sentíamos era uma profunda sensação de paz e plenitude. A paisagem era deslumbrante.  Em seguida, retornamos ao carro e descemos a serra em direção a Sampa.


Texto: Walter Rodrigues
Fotos: Kamila Rêgo e Walter Rodrigues.


Esta postagem faz parte dos relatos das experiências de um estudante paraense em São Paulo em ocasião de um intercâmbio feito entre os cursos de Geografia da UFPA/Belém e o curso de Geografia da USP/Butantã. As postagens serão equivalentes aos dias vivenciados, como numa espécie de diário de bordo. Os textos se propõem a ser sintéticos e informativos. Dessa forma, objetivamos gerar resultados e informação sobre essa interessante modalidade de aprendizado partindo da percepção do estudante sobre o novo mundo que se desvenda diante de seus sentidos diariamente. No total serão 30 dias em São Paulo, morando no Condomínio Residencial da USP, o CRUSP. 
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